Ruínas de Pompéia, Itália


(Todas as fotos podem ser vistas em seus tamanhos originais. Clique em cada uma.)

Pompéia (Pompeii em latim) foi fundada entre os séculos VI e VII a.C por povos da Itália central. Até o ano de 89 a.C Pompéia esteve de alguma forma ligada a Roma (ora como socium, ora como colônia), quando foi anexada à República Romana (período pré Império).

A cidade passou então por um período de grande desenvolvimento e contava com aproximadamente 20.000 habitantes no fatídico ano de 79 d.C.

Há aproximadamente 300 anos o Vesúvio dormia… e acordou num dia entre agosto e novembro do ano de 79 (não há certeza da data). Registros históricos contam que os moradores de Pompeia (e também de cidades vizinhas, como Herculano) ouviram o barulho de uma explosão e viram que o topo do Monte Vesúvio havia se partido em dois.

  
(Fotos: http://www.protezionecivile.gov.it)

O que se seguiu foi uma “chuva” de fragmentos de pedras, lapílis, pedaços de rochas que cobriram a cidade. E, duas horas após a primeira explosão, novas se seguiram, expelindo magma e uma nuvem de cinzas, carregada de vapores clorídricos. Por muito tempo, acreditou-se que os moradores de Pompéia e das cidades vizinhas ao Vesúvio teriam morrido por sufocamento (devido aos gases tóxicos). Mas estudos mais recentes defendem a tese de que as mortes ocorreram em virtude da exposição ao calor de mais de 250°C no raio de 10km da erupção.

A cidade e aproximadamente 16.000 habitantes foram cobertos por uma camada de 25 metros de piroclasto, que caiu após a explosão durante um período, estima-se, de dois ou três dias.

A grande maioria morreu durante a tentativa de fuga da cidade. O fato de Pompéia ser uma cidade murada dificultou a saída.

 (Porta Marina: uma das entradas da cidade de Pompéia)

Pompeia, completamente dizimada, foi então esquecida.

Somente em 1599, durante obras de escavação de um canal para desvio de curso do rio Sarno, partes das ruínas foram descobertas, inclusive pinturas com temática sexual, inadequadas ao moralismo da contrarreforma (Reforma Católica). Novas escavações foram conduzidas em 1748, mas somente em 1860 Giuseppe Fiorelli descobriu alguns espaços vagos nas camadas de cinza, que continham restos humanos. Percebeu então, que esses espaços haviam sido ocupados pelos corpos decompostos dos habitantes da cidade e desenvolveu a técnica de injetar gesso nesses espaços e recriar a forma das vítimas no momento em que morreram.

    

A mesma técnica é utilizada nos dias atuais (ainda há escavações em curso), mas o gesso foi substituído por resina.

Durante as escavações foram encontrados inúmeros objetos ainda intactos, mosaicos e esculturas de cunho erótico que hoje podem ser vistos no Museo Archeologico Nazionale, em Napoli. Evidentemente, pinturas e esculturas eróticas estão separadas, na chamada “sala secreta” (clique para ver o objeto de culto dos habitantes de Pompeia; há inúmeros adornando paredes no museu).

Quando visitei as ruínas de Pompéia pela primeira vez, em outubro de 2008, ouvi de uma guia local que a cidade tinha alguns pequenos prostíbulos, de apenas um quarto, e outro maior, o Lupanar, com 10 quartos distribuídos em dois andares. É uma das construções mais visitadas pelos turistas.

  

Ainda é possível ver em algumas casas, as decorações com mosaicos e pinturas, mas muito do que foi recuperado está no Museu de Arqueologia de Napoli.

  

Há diversas construções importantes em Pompeia, como a Casa do Fauno, a Casa do Poeta Trágico, o Templo de Isis, o Teatro Grande (fotos).

  

E, talvez alguns já tenham ouvido falar do filme Pink Floyd: Live at Pompeii. Foi gravado em 1972, no Anfiteatro, sem público.

Para chegar a Pompéia, a partir de Napoli, basta tomar o trem da rota Circumvesuviana na estação Napoli Centrale, que fica na Piazza Garibaldi, e descer na estação Pompei – Scavi Villa Misteri. A viagem dura 35 minutos e é possível observar, durante todo o percurso, que o entorno do Vesúvio é bastante povoado.

A última erupção do Vesúvio ocorreu em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial (veja o vídeo) e desde então não houve atividade significativa (por isso, é possível visitar o vulcão; numa das fotos mais acima vê-se o caminho até a cratera).

E de todos os lugares em Pompeia, lá se vê o Monte Vesúvio, dormente mas ainda ameaçador (Leia AQUI o artigo sobre como chegar até o Vesuvio)

Reserve ao menos metade de um dia para a visita.

    

Finalmente, um lembrete: nunca, jamais, em hipótese alguma, sob nenhuma circunstância, esqueça sua câmera na regulagem “on” do datador. Isso acaba com as fotos… Eu tinha comprado uma camerazinha nova e não configurei corretamente. Agora, só com muita paciência para editá-las, ou uso a desculpa de refazer fotos e volto para a Itália, onde estão minhas origens.

Se você já visitou Pompéia, conte sua experiência nos comentários. Divida suas dicas com outros viajantes.

Até a próxima!

Atualização em 17.11.2014:

Estive novamente em Pompeia, precisamente no dia 31.10.2014. Dessa vez, pude ir até o Anfiteatro que, na verdade, funcionava também como arena de gladiadores. Há registros de que em 59 d.C, uma luta entre gladiadores de cidades rivais provocou a primeira briga de torcidas de que se tem notícia, com algumas mortes e incêndios.

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Notei que a entrada principal foi reformada (na foto do início do artigo vê-se o letreiro antigo):

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E infelizmente pude constatar o que tinha lido em alguns artigos de jornais italianos: por falta de manutenção constante, depois de fortes chuvas, partes de várias construções caíram. Há algumas áreas fechadas à visitação e várias outras escoradas, como na foto abaixo:

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Mesmo visitando pela segunda vez, Pompeia continua sendo surpreendente.

Além de Pompeia, é possível visitar as outras cidades destruídas pela erupção do Vesúvio (Ercolano, Stabia, Oplontis e Boscoreale). Se o interesse for visitar as cinco cidades, vale adquirir o ingresso combinado, válido para todas num período de 3 dias consecutivos. Todas as informações podem ser obtidas no site oficial da Soprintendenza Speciali per i Beni Archeologici di Pompei, Ercolano e Stabia (clique no link).

 

Quer saber como visitar o Vesuvio? Leia o artigo: Na cratera do vulcão: como visitar o Vesuvio, na Itália

Tem dúvidas sobre como organizar um roteiro entre Pompeia e o Vesuvio? Quer dicas sobre em que cidade se hospedar? Escreva nos comentários!

16 pensamentos sobre “Ruínas de Pompéia, Itália

  1. Muito obrigado pelas dicas! Uma dúvida: preciso comprar a passagem de trem antecipada para fazer a rota vesúvio e depois Pompéia?

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    • Oi Guilherme!

      Já agradeço pela visita ao blog!
      Não tem necessidade de comprar o bilhete antecipado porque a Circumvesuviana é a linha de trem de subúrbio da região de Napoli. Para ir até a cratera do Vesúvio tem dicas no artigo específico.
      Abraços!

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  2. Pingback: Na cratera do vulcão: como visitar o Vesuvio, na Itália | Viaje por Dois

  3. Oi Monika, e a cidade de Herculano, ainda existe algo dela? É possível visitar? E o único lugar pra ficar hospedado é Nápoles? Grata valeu pelas dicas! Adorei a foto do acesso ao vulcão! Fantástico! Um abraço!

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    • Olá Cíntia! Obrigada pela visita e pelo comentário.
      Acabei de voltar da Itália e visitei Pompeia mais uma vez (logo atualizo o post com mais algumas informações e fotos). Novamente, não tive tempo de visitar Ercolano e as outras cidades. Sim, Ercolano pode ser visitada e é possível, inclusive, comprar bilhetes combinados com Pompeia (há informações no site oficial: http://www.pompeiisites.org/Sezione.jsp?titolo=Info+visita&idSezione=1127).
      Pude, desta vez, subir até a cratera do Vesúvio, um passeio que recomendo bastante! Devo preparar um artigo e postá-lo em breve.

      Sobre hospedagem, eu realmente não sou muito fã de Napoli (apesar de recomendar muito a visita ao Museu Arqueológico). Eu fiquei hospedada em Sorrento, uma cidade com uma ótima estrutura para o turista. De lá, é bem fácil chegar a Pompeia e Ercolano (e também ao Vesúvio) por meio da Circumvesuviana. Além disso, facilita o passeio pela Costa Amalfitana.

      Abraços!

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  4. Adorei as dicas. Seu texto foge do “como chegar, quanto pagar…” dos blogs de turismo.
    Vou a Itália em fevereiro e Pompéia está nos meus planos há anos.

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    • Olá Ana Luiza!
      Obrigada pela visita e pelo comentário.
      Realmente, optei por evitar o “como chegar” porque as pessoas usam meios de transporte diferentes. Às vezes relato como eu cheguei (como fiz neste post), mas não é o foco. E o “quanto pagar” muda todos anos… A intenção é ressaltar o que tem de mais interessante pra ver em cada lugar, com uma pitada de dados históricos.
      Espero que você goste de Pompéia tanto quanto eu gostei! Não deixe de visitar o Museu Arqueológico em Napoli. E se puder, volte aqui para relatar suas experiências.
      Abraços e ‘buon viaggio’ !

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  5. Pingback: Retrospectiva 2013 | Viaje por Dois

  6. Amei Pompéia!!! Um passeio mais do que inesquecível!! Fiquei impressionada como as ruínas ainda estão conservadas, apesar do descuido na segurança do local para que as pessoas não toquem nas pinturas! Fiquei com muita vontade de fazer o passeio até o Vulcão Vesúvio, mas infelizmente ainda não foi desta vez! Impressionante a imponência dele!! Achei o sul da Itália bem mais pobre, mas muito rico culturalmente e com uma beleza natural invejável!!

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    • Oi Renata!
      Pompéia é uma viagem no tempo… passar por aquelas ruínas e imaginar a vida das pessoas, o que passaram quando o vulcão explodiu, a dificuldade de fuga…é uma sensação incrível.
      E, de fato, é uma pena que a segurança seja um tanto negligente. E há um tempo, devido a chuvas, algumas construções foram danificadas porque a manutenção também é um tanto precária.
      Eu também quero ir ao Vesúvio numa próxima vez e conhecer mais o sul da Itália (só desci até Napoli e Sorrento).
      Muito obrigada pela visita e pelo comentário!

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