Chipre – Ayia Napa e Lemessos

Caros, continuo aqui meu relato de viagem pela incrível ilha do Chipre.

Depois do café da manhã, peguei o ônibus das 11h30 para Ayia Napa (sudeste do país) e durante uma hora fui observando as belas paisagens e as belas estradas pelas quais passava até chegar ao meu destino final.

A cidade de Ayia Napa é de festa, como havia dito, mas não durante o inverno, quando lá estive. Durante essa estação parece um parque de diversões abandonado e todas as discotecas que esperam pelos jovens europeus estão fechadas, seja para manutenção seja para reformulação.

Meu primeiro ponto de visita foi o monastério de Ayia Napa que, como bem esclarece o guia Lonely Planet, é um oásis de calma literalmente no meio da confusão das baladas da cidade. Pergunto-me se os monges, durante esse período, não se juntam à horda de jovens.

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Andando por lá não se ouve barulho e vêm-se poucos turistas, na sua maioria escandinavos já de mais idade. As baladas, fechadas, têm diversos temas: uma ostenta uma bandeira russa, enquanto em outra a bandeira suíça está em destaque. As baladas “Bedrock” e “Aruba” também me chamaram a atenção, assim como uma cujo nome era “Titanic”. O nome de uma das ruas que leva a todas essas baladas? “Louka Louka”.

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Depois de um rápido tour pela pequena cidade dirigi-me a um restaurante onde pude saborear um tradicional prato cipriota: cheeseburger com fritas, acompanhado da estupenda cerveja nacional KEO, enquanto esperava pelo ônibus de volta a Larnaka. Pela primeira vez consegui usar o wi-fi de um restaurante e aproveitei para falar com meus caros, que estavam preocupados comigo.

Peguei o ônibus de volta para Larnaka no final da tarde e estava tão cansado que assim que cheguei no meu quarto, dormi profundamente até o próximo dia, quando acordei às 6h da manhã, coisa rara na minha vida. Esse era o dia do check-out do hotel e eu ainda queria visitar outra cidade do litoral do Chipre: Lemessos (ou Limassol).

Era domingo e a cidade estava praticamente deserta. Fiz o check-out, deixei minhas malas no hotel e quando eram 8h30 já estava dentro do ônibus para Lemessos (sudoeste do Chipre), outra cidade histórica e litorânea.

A grande diferença dessa viagem para aquela a Ayia Napa é que nessa o ônibus foi ficando cada vez mais e mais lotado e as pessoas que entravam eram, em sua maioria, mulheres orientais. O trajeto é muito bonito, mas achei estranho ver tantas placas e anúncios em russo.

Conforme passávamos por hotéis, com escritos em grego (língua oficial do Chipre) e russo (língua oficial da grande parte dos turistas e investidores no Chipre) vi que as orientais desciam do ônibus e então constatei que eram funcionárias dos grandes hotéis e resorts do litoral.

Confesso que estava um pouco perdido, não sabia onde descer, mas usei uma velha tática: onde desce mais gente, desça também! E foi assim que desci na parada de ônibus certa. De lá me dirigi diretamente ao píer, um lugar lindo, onde famílias passeiam com seus filhos e onde turistas aproveitam as últimas temperaturas elevadas na Europa.

Caminhando pelo píer cheguei até o ponto onde se reúnem os pescadores, tirei fotos e fiz pequenos filmes até o momento no qual achei que poderia ter meu olho arrancado por um anzol desgovernado. Decidi então explorar a parte mais histórica da cidade. Confesso, mais uma vez, que me perdi. O número de turistas em Lemessos é grande, mas o número de imigrantes atraídos pelo porto, legais ou não, é muito maior.

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Veem-se muitas pessoas oriundas da África e do Sudeste Asiático na cidade, sendo que esses trabalham, em sua maior parte, no comércio informal. A mistura de línguas e de povos é grande nessa cidade. Além disso, boa parte da área do porto estava em reforma ou construção, o que fazia com que qualquer mapa da cidade ficasse desatualizado e meu percurso mais confuso.

Fui caminhando até o centro histórico para visitar os lugares mais significativos da cidade. O primeiro foi a grande mesquita e o segundo foi a Catedral de Lemessos. Na primeira não entrei, pois era horário de oração, já na segunda pude entrar e admirar os belos ícones ortodoxos.

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Segui então ao lugar mais importante, o Castelo de Lemessos. A entrada é gratuita e podem-se ver relíquias arqueológicas e obras de arte de vários períodos da história do Chipre. O castelo é um labirinto de escadas e salas feitas de pedra e, do seu topo, tem-se uma visão panorâmica da cidade.

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Terminada a visita ao centro histórico fui comer em um bar com wi-fi na orla enquanto esperava meu ônibus de volta para Larnaka. Minha intenção era a de pegar o penúltimo ônibus para lá, pois se pegasse o último não chegaria a tempo de ir para a capital, Nicósia, onde meu amigo Zafer estava me esperando.

Cheguei a tempo no ponto de ônibus, mas não podia imaginar que o número de pessoas que se aglomerariam para tentar embarcar nele seria tão grande. Não me perguntem como, mas consegui embarcar nesse ônibus completamente lotado. 90% de seus ocupantes eram de origem asiática.

Além de mim, só mais dois turistas: uma moça sentada à minha frente e um mochileiro que acabou por sentar-se no chão. Antes que eu me esqueça, uma das asiáticas, para poder voltar a Larnaka, acabou por acomodar-se no meu colo. Ela ainda perguntou de onde eu era. Não fiz a mesma pergunta para não criar mais intimidade.

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Chegando a Larnaka fui direto ao hotel pegar minha mala para então voltar ao ponto de ônibus e tentar embarcar no último ônibus do dia rumo à capital do país, onde meu amigo me esperaria. Enquanto esperava, o número de pessoas só aumentava, assim como meu temor de não poder embarcar. Se não o fizesse, teria que ficar mais uma noite em Larnaka e alguns dos meus planos em Nicósia seriam afetados.

Foi então que se aproximou de mim uma senhora cingalesa que me disse que mora no Chipre há 16 anos e que tinha que voltar a Nicósia para trabalhar no dia seguinte, depois de aproveitar o final de semana na praia. Ela me garantiu que conseguiríamos facilmente entrar no ônibus. Conversando comigo e olhando minha mala cheia de bandeiras de países, disse que eu tinha que escrever um livro de viagens. Prometi que o faria e que a mencionaria nesse livro (promessa, agora, meio cumprida).

Eis então que chega o ônibus. Nesse meio tempo o número de pessoas na parada havia triplicado. Ela me disse para colocar a mala no bagageiro e entrar, mas eu não queria fazê-lo, pois estava com medo de não conseguir entrar. Então pensei em pagar para pegar o ônibus e só depois colocar a mala no bagageiro, correndo o risco de “overbooking”. Estava perdido e desesperado. Só queria chegar a Nicósia e encontrar meu amigo!

Será que embarquei? Consegui encontrar meu amigo? Isso é assunto para o próximo post!

Muito obrigado e grande abraço aos seguidores!

6 pensamentos sobre “Chipre – Ayia Napa e Lemessos

  1. Olá ..pretendo ia ao Chipre agora em janeiro , e gostaria de saber se é muito difícil se deslocar entre as cidades principais de ônibus . abs

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    • Fala, Pedro! Locomoção no Chipre, de fato, não é fácil. Consultei vários sites antes de ir e mais me perdi do que me encontrei. Do aeroporto de Larnaka até o hotel onde me hospedei na cidade, fui de táxi, pois os ônibus não passavam mais naquele horário. Já entre as cidades cipriotas, desloquei-me usando os ônibus desta companhia http://www.intercity-buses.com/index.php.

      Não sei se é a única, mas era a mais fácil de encontrar e que dispunha seu timetable em pontos de ônibus (são poucos ou só um por cidade). Sempre tinha que conferir o site para saber onde ficavam os pontos. No site, encontra-se também o timetable. O maior problema é a pouca frequência dos ônibus, especialmente na baixa temporada. Por conta disso, vim com uma asiática praticamente no meu colo no ônibus de Lemessos a Larnaka, quase perdi o que me levaria de Larnaka a Nicósia e fiquei sem ônibus para ir de Nicósia ao aeroporto de Larnaka por conta de uma greve (tive que pegar um shuttle até lá). Não sei se é possível comprar a passagem com antecedência (acredito que não), por isso esteja cedo (1h antes) no ponto de onde eles partem, especialmente se for pegar um dos últimos do dia e se for no final de semana.

      Isso tudo é sobre a parte grega (não-invadida) da ilha. Não existem ônibus entre a parte grega e a turca (só se pode atravessar a pé, passando por uma rua em Nicósia) e entre as cidades da parte turca não viajei, só estive no lado turco da capital. Lá tudo me pareceu muito mais confuso e nem pontos de ônibus municipais eram marcados com muito clareza. Só consegui me locomover dentro da cidade e com a ajuda do meu amigo turco que mora lá.

      Espero que você aproveite muito sua viagem pelo Chipre e, se tiver mais dúvidas, estarei por aqui!

      Abraços.

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    • Ola! Adorei seus comentarios sobr Chipre. Estou pensando em passar 3 dias em janeiro. Vale a pena por ser inverno? Consigo ver ceu e agua azul rs!? bjs e obrigada

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      • Olá, Camila!

        Muito obrigado pelo seu comentário! Fico muito feliz em saber que você gostou do que escrevi sobre essa bela ilha!

        Eu estive lá no começo de dezembro e fiquei surpreso por pegar até 30 graus nas cidades litorâneas (já na capital fez mais frio e choveu) todavia a praia estava vazia, provavelmente porque a temperatura da água estava bem mais baixa. Você disse que pretende ir em janeiro e, nesse mês, o inverno fica mais intenso, e embora as temperaturas não sejam tão congelantes como as da Europa Continental, não fará 30 graus e, certamente, não dará praia. Quanto à chuva, acredito que não será um problema pois, embora um dos meses mais chuvosos seja janeiro, a quantidade de chuva é pequena comparada à daqui.

        De qualquer forma, é um belo país a ser visitado e o povo é muito simpático e atencioso!

        Espero ter ajudado e continue acompanhando o blog!

        Beijos!

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