E então, vamos pra onde? Como organizar um roteiro

Guias

Um bom roteiro garante o sucesso de uma viagem.

Viajei uma única vez sem um roteiro predeterminado… Lição aprendida: Planejamento é essencial!

É isso que fazem as agências de turismo. Planejam as rotas, determinam as cidades e os pontos de interesse a serem visitados, escolhem os hotéis. Mas, na minha opinião, toda essa fase de organização também significa viajar; preparar um roteiro faz parte da diversão.

Atualmente, a quantidade de informações sobre turismo é bastante vasta. Há uma infinidade de sites, blogs, guias virtuais de ótima qualidade.  Também gosto muito dos guias impressos (a foto acima me denuncia…). Mas tanta informação pode deixar o viajante perdido.

Desde já esclareço que a intenção deste post é colaborar com os adeptos dos mais diversos tipos de viagens: convencionais, em grupo, mochilão. Porque, afinal, quem não contrata um pacote com agências de viagens, precisa pensar num roteiro.

Então, por onde começar?

Tudo dependerá do tempo disponível e do interesse de cada viajante. Para viagens de férias, normalmente programo roteiros para 15 dias em média e prefiro concentrar-me num único país.

Definido o país, sigo um “passo a passo”  e deixo aqui como exemplo um roteiro pela Alemanha (para onde voltarei em breve).

Passo 1: Escolha das “cidades base”

São as cidades em que ficarei hospedada. Procuro optar por cidades com o maior número de atrações do meu interesse e verifico também se as cidades vizinhas podem valer uma visita. E a quantidade de atrações define quantos dias será recomendável permanecer em cada cidade. Cidades grandes e as capitais que forem pólos turísticos (Berlin, Roma, Paris, Lisboa…) normalmente demandam 4 noites (3 dias inteiros) de hospedagem, no mínimo, para que se veja o básico. Se quiser ir além do básico, programe um dia a mais.

Passo 2: Pesquisa de hospedagem

Numa fase inicial, costumo pesquisar dois ou três hotéis em cada cidade, com prioridades para localização e preço.  Preparo uma planilha comparativa para, mais adiante (no mínimo 30 dias antes da data da viagem), fazer as reservas. Quem opta por albergues, B&Bs (Bed and Breakfast), pode fazer a mesma coisa.

Um ótimo sistema de busca e reservas de hotéis, albergues ou B&Bs é o Booking (há também o HostelWorld para hostels e B&Bs) mas para quem usa programas de fidelização (como os das redes Accor e Tivoli, por exemplo), vale pesquisar nas páginas das redes, que trazem sempre promoções e trocas de pontuação por desconto nas diárias.

Outra forma de hospedagem, por vezes mais econômica, é o aluguel de casas ou apartamentos, ou mesmo de quartos (é muito comum na Europa os proprietários alugarem quartos que não utilizam para garantirem uma renda um pouco maior). Um dos sistemas que já me foi recomendado é o Airbnb, em que a negociação se dá diretamente com o proprietário do imóvel.

Eu já fiz a experiência de alugar apartamento em Paris. Éramos quatro pessoas e as diárias saíram pela metade do preço de um hotel de nível médio. Há diversas empresas de aluguel de apartamentos no exterior, mas testei e posso recomendar a Private Homes.

Passo 3: Escolha dos meios de transporte entre as cidades-base

Tudo vai depender da verba disponível. Ao menos na Europa Ocidental, trem é sempre uma ótima opção (mas não mais tão econômicos). Se for esse o meio escolhido, é importante pesquisar os horários de partidas e chegadas e efetuar as reservas (a maioria das empresas ferroviárias permitem reservas online). Em caso de transporte público, é importante ficar atento a eventuais problemas do sistema (greve, intempéries…) e ter um plano B (ônibus, aluguel de carro se você souber dirigir e tiver se programado para a despesa extra, ou mesmo carona, para os mais desprendidos).

Tenho optado por fazer parte dos deslocamentos de carro porque em alguns trechos é possível fazer paradas de algumas horas em cidades menores.

Nessa caso, para ter uma ideia básica de distâncias e tempo dos deslocamentos, o Google Maps é um grande aliado. Basta montar a rota:

Rota pela Alemanha

Rota pela Alemanha

Também faço uma boa pesquisa de preços de locação de veículos. Em alguns casos, a diferença de preços entre as locadoras é superior a 20%. Na Alemanha, a Hertz costuma praticar bons preços e mantém algumas promoções permanentes (variam apenas as datas de retirada do veículo), mas neste ano vou testar uma outra, mais econômica. Se for boa, recomendarei num próximo post. Em Portugal, uma locadora que não está entre as grandes internacionais, mas bastante confiável, é a Eurorentlei.

Se optar por alugar um veículo, observe também se é necessário obter a Carteira de Habilitação Internacional (PID – Permissão Internacional para Dirigir – é preciso fazer login no site do Detran para acessar as informações).

Inclua no planejamento financeiro as despesas com estacionamento. E tenha um bom GPS.

Não conte com a sorte: reserve com antecedência o veículo (em algumas locadoras, há promoções para reservas e retiradas dentro de um certo período; fique atento). Duas experiências: em Paris, não havíamos feito reserva e não foi tão fácil conseguir um carro que acomodasse 4 pessoas e as bagagens; e em Roma presenciei um grupo de amigos que, mesmo com a reserva feita e confirmada, precisou brigar pra conseguir o carro porque a Hertz cancelou a reserva em detrimento de outra reserva feita por período maior (essa informação me foi passada pelo próprio funcionário da Hertz – agência Termini; uma vergonha! fique atento aos seus direitos.)

*Atualização 1 (conforme sugestão da Bianca, nos comentários): Um bom site para cálculo de rotas é o Via Michelin. É possível verificar, além da distância e tempo de viagem, a estimativa de gastos com combustível e o custo do pedágio. Mas a boa notícia pra quem vai rodar apenas pela Alemanha é que lá não se gasta nem um centavo de euro com pedágio.

* Atualização 2: como comentei acima, na minha última viagem a Alemanha (outubro de 2013) reservei carro na locadora Dollar, de origem norte-americana. O preço era muito mais baixo do que o da Hertz e acabei não fazendo uma segunda reserva (quando o pagamento não é antecipado, vale fazer a reserva em duas locadoras, por medida de segurança ou até para aproveitar promoções). Pois bem, chegando ao aeroporto, o funcionário da Dollar informou que, por não ser cidadã norte-americana e por não ter um cartão de crédito Visa ou Mastercard Platinum emitido nos EUA, eu teria que obrigatoriamente contratar um seguro adicional. Claro que a informação está nas letras bem miúdas, nas informações que você recebe apenas depois de efetuar a reserva e, por isso mesmo, acaba não lendo. Ou seja, o valor da minha locação saiu o mesmo preço que sairia na Hertz e eu acabei não economizando nada…e passando raiva. 

Passo 4: o roteiro dia a dia

Tire os guias da estante! Pesquise: use a internet, fale com os amigos que já conhecem seu destino…

Geralmente começo pelos guias impressos e tenho uma total ligeira predileção pela série Guia Visual da Publifolha. Mas há inúmeros guias impressos; escolha o de sua preferência. Depois busco os sites oficiais das cidades e localizo as informações turísticas. No exemplo da Alemanha, todas as cidades do meu roteiro têm sites oficiais, com informações bastante detalhadas. Berlin tem uma página tão completa que o uso de guia impresso é até desnecessário e Frankfurt já disponibiliza um roteiro organizado (clique no link) pelas principais atrações da cidade.

Esse é o passo que demanda maior dedicação, mas quem gosta de história e geografia nem vai perceber o tempo passar.

Para organizar o dia a dia, preparo uma planilha bem simples e divido o que será visitado pela manhã e à tarde. De novo, uso bastante os recursos do Google Maps e do Street View para separar as atrações por bairro e poder fazer a maioria dos percursos caminhando.

Como já terei lido sobre cada lugar selecionado, apenas anoto o nome (e às vezes o endereço físico e site) na planilha que levo sempre comigo. Duas folhinhas de sulfite pesam bem menos do que um guia de viagens completo (que fica no hotel, pra ser relido e ajudar a relembrar o que será visto no dia seguinte). Chegando ao hotel, peço um mapa da cidade ao recepcionista. A maioria deles é bem simpática e já vai indicar os locais mais visitados. Mapa e planilha já são suficientes, mas os miniguias (como os que aparecem na foto acima) também são bem úteis (e levinhos).

Não se frustre se não conseguir cumprir todo o roteiro… nem sempre é possível calcular com exatidão o tempo para visitar cada lugar. É melhor concentrar-se nos lugares que realmente são de seu interesse e ter mais motivos para uma nova visita à cidade.

Aqui, uma sugestão de roteiro dia a dia que usei na Alemanha em 2011 (clique no link e faça o download da planilha).

Por ora, é isso! Espero que este post ajude na organização de sua próxima viagem!

 

11 pensamentos sobre “E então, vamos pra onde? Como organizar um roteiro

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